Sabia que nem todo plástico é reciclável? Em tese todo plástico está 100% apto para ir à reciclagem, na prática não é bem assim que ocorre.
Só pra gente se situar:
Plástico é derivado do Petróleo
Petróleo = recurso natural limitado - sim, um dia vai acabar
Petróleo e Plástico são um dos maiores vilões para o meio ambiente.
Voltando ao que interessa o que acontece e como já explicado no texto “O que significam os símbolos nas embalagens?” é que só o plástico possui 7 subtipos principais. Como assim?
Pode ser fabricado 7 nuances do plástico, além do Plástico PLA = poli (ácido lático), e os Termorrígidos, como PU: poliuretano, EVA: acetato-vinilo de etileno, Baquelite e a Resina fenólica. Eles são classificados em:
Fonte Imagem
Aqui, vamos nos ater ao de número 6 e 7 que são os plásticos de difícil identificação. Como o seu processo de reciclagem possui um alto custo para saber sua composição, muitas das vezes as empresas nem têm o trabalho de receber os produtos e embalagens feitos desse tipo de plástico. Isso implica diretamente na coleta seletiva que você faz em casa e leva para os devidos pontos de reciclados daqui de São João del Rei.
Uma vez que estas empresas não recebem, também não faz sentido os locais como cooperativas de catadores e ecopontos recolherem. O que acontece com todo esse resíduo não selecionado? Exatamente, vai para o nosso lixão!
bugphai/ThinkStock
Confira o que não é recolhido nos pontos de descarte aqui da cidade:
sachês de molho de tomate (7)
biscoitos (7)
salgadinhos (7)
café (7)
isopor (6)
Lembra aqueles nomes complicados que citei acima? Você conhece a todos e adivinha? A maioria é de difícil reciclagem e os pontos de coleta também não aceitam:
PU: esponja de cozinha, espumas macias para colchões e estofados
EVA: brinquedos, materiais de artesanato, solas de tênis e chinelos
Baquelite: telefones, interruptores, casquilho de lâmpadas
Resina fenólica: bolas de sinuca, adesivos, tintas e vernizes
Com toda essa informação o que você pode fazer é começar uma mudança de hábito, fazer escolhas mais conscientes. Alguns exemplos:
O sachê de molho de tomate pode ser substituído por embalagens de alumínio ou vidro, ou pode ter seu preparo caseiro;
Café, observe se são todas que possuem a número 7.
Isopor, se for um marmitex, dê preferência pro restaurante que use as de alumínio. Caso não queira mudar seu lugar preferido de comer, converse com o estabelecimento e considere até levar sua própria marmita para servir.
As mudanças são feitas aos poucos e por cada um de nós. Tem sugestões para os outros itens que não são reciclados? Deixa aqui nos comentários!
Referência: Ecycle
Quem escreve: @mmonique_silvaa
Monique Silva é uma das idealizadoras e coordenadoras do SJDR Lixo Zero. É empreendedora no @amordebrechomg,
escreve no Sobrecarga da Moda, é atriz e simpatizante do ativismo ambiental e da moda sustentável, e adora temas voltados à política.
Muito bom o texto! Acredito que todo simpatizante do consumo consciente e do descarte correto de resíduos se pega na dúvida vez e outra sobre como descartar alguma coisa. As dicas e informações ajudam muito a ficarmos atentos e escolher bem na hora de comprar :) Um exemplo de resíduo reciclável problemático na nossa região é o vidro. Apesar de ser um material infinitamente reciclável, o valor de mercado dele é muito baixo e geralmente os catadores têm dificuldade de encontrar pra quem vender, ao mesmo tempo que é um resíduo muito pesado e difícil de transportar nas carroças. Tenho tentado cada vez mais comprar outros tipos de embalagem quando há a alternativa.
Monique, também dá pra substituir a esponja comum pela Bucha Vegetal. Eu adaptei super bem. E ha também no mercado uma palhinha de aço que substitui o bombril. Ela dura muito mais que ele, não enferruja e ao fim da vida pode ir pra nossa composteira doméstica mesmo. Sempre há alternativas né? E a sensação de bem estar que dá ai saber que embora pareça pouco estamos sim contribuindo pela saúde e meio ambiente. <3